1º Congresso de Medicina do Estilo de Vida

Justificação: O excesso de peso e a obesidade são definidos como uma anormal ou excessiva acumulação de gordura corporal, prejudicial à saúde. Estas condições foram consideradas, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), problemas de saúde pública passíveis de prevenção através de mudanças de estilo de vida. A prevalência de excesso de peso infantil (onde se inclui a obesidade), em Portugal, tem sido uma das mais elevadas entre os países europeus analisados. A análise de dados do mundo real dos cuidados primários pode ser uma excelente fonte nacional de dados sobre prevalência, características e impacto da obesidade no Serviço Nacional de Saúde.

Objetivo(s): Qual é a prevalência de obesidade infantil na população do Norte de Portugal com base na codificação efetuada pelos médicos de família – codificação ICPC-2 T82-Obesidade?

Metodologia: Foi realizado um estudo observacional longitudinal retrospetivo e analítico com base no estudo de dados colhidos pelo Departamento de Estudos e Planeamento da Administração Regional de Saúde do Norte.

Resultados: A prevalência de obesidade infantil na população do norte de Portugal com base na codificação efetuada pelos médicos de família foi elevada.

Discussão: A obesidade infantil é uma doença que tem como consequências a dislipidemia, a hipertensão e a intolerância à glicose. Implica também risco aumentado de distúrbios neurológicos, ortopédicos, pulmonares, gastrointestinais, endócrinos e hepáticos, principalmente quando grave. Para além disso, pode também estar associada a problemas psicossociais como discriminação, baixa autoestima, exclusão social e depressão. Desta forma, é de extrema importância avaliar a prevalência de obesidade infantil por região de Portugal, uma vez que essa caracterização poderá permitir adaptar os cuidados de saúde e recursos às necessidades da população.

Conclusão: A avaliação da prevalência de obesidade infantil com base em dados do mundo real permitirá conhecer melhor a realidade desta doença e os registos clínicos associados, sendo por isso possível adaptar os cuidados de saúde para o controlo desta doença, alertar os profissionais para esta problemática e promover a adoção precoce de estilos de vida saudáveis.